Após duas quedas consecutivas, o preço do metro quadrado em Fortaleza teve leve alta de 0,5% no mês passado em relação a abril e está custando R$ 5.029, de acordo com o Índice FipeZap Ampliado. O crescimento, se comparado ao de outras cidades brasileiras, é inexpressivo e representa a estabilidade do mercado neste ano, como explica o vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro.
A Capital continua na sétima posição do ranking entre as 16 cidades cujos preços são monitorados pelo Índice FipeZap, termômetro do mercado FOTO: JOSÉ LEOMAR
"O percentual caracteriza uma diminuição na velocidade das vendas. O preço deve ficar estável durante 2013, que é o ano dos lançamentos imobiliários na cidade. A concorrência vai ficar acirrada e, por isso, os valores não devem subir", diz.
No que se refere à valorização dos imóveis devido à Copa do Mundo, da qual Fortaleza é sede, André explica que isso só deve acontecer em bairros próximos à Arena Castelão, que passarão a contar com melhor infraestrutura, e não de forma generalizada, como muitos acreditam.
A Capital continua na sétima posição do ranking entre as 16 cidades cujos preços são monitorados pelo Índice FipeZap, termômetro do mercado imobiliário brasileiro. Aparece atrás de Recife (R$ 5.313); Belo Horizonte (R$ 5.181); Niterói (R$ 6.701); São Paulo (R$ 7.192); Brasília (R$ 8.346); e Rio de Janeiro (R$ 9.160). Em Fortaleza, a variação do índice representa 12,8% nos últimos 12 meses e 5,8% no acumulado deste ano.
Valorização
Dentre os bairros onde já é possível identificar imóveis mais caros estão Parangaba, Jóquei Clube e Papicu, devido à construção de shoppings centers e de condomínios residenciais. "É como se o bairro fosse uma empresa e os equipamentos, como apartamentos, escolas e bancos, fossem as ações. Quando há infraestrutura adequada, todos querem investir", declara André.
Ele acredita que o Papicu deve ultrapassar a Aldeota em termos de valorização do metro quadrado. Isso porque, destaca, este último bairro não tem mais espaço para a construção de grandes empreendimentos. Diferentemente do Papicu, onde está sendo instalando o Evolution Central Park, considerado o maior projeto imobiliário do Ceará, com seis torres residenciais, duas empresariais, hotel e o RioMar Shopping.
Brasil
Levando em conta as 16 cidades, foi registrado aumento de 1,0% no preço do metro quadrado em maio (R$ 6.748), taxa ligeiramente menor do que a de abril (1,1%). Com isso, a variação acumulada no ano ficou em 4,9%. Em relação à diferença do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2,9%, o aumento real dos preços dos imóveis no Brasil é de 2% até agora.
As maiores altas foram registradas em Curitiba (3,3%) e em Recife (2,9%). No Rio de Janeiro, que já tem o metro quadrado mais caro do País (R$ 9.160), a variação de preços chegou a 1,2% em maio. Em São Paulo, o crescimento foi de 1%. Apenas Florianópolis (-0,2%) e Belo Horizonte (-0,1%) tiveram queda nos preços no último mês.
O Índice FipeZap Composto, que acompanha a evolução média do preço nas sete cidades que originalmente faziam parte do indicador e que tem série histórica maior, subiu 0,9% em maio. Ao longo de 2013, o indicador composto tem alta acumulada de 4,7%. No período de 12 meses, cresceu 11,9%, mesma taxa observada em abril. Segundo o estudo, os últimos dados do Índice FipeZap Composto "parecem apontar para uma interrupção, ao menos momentânea, na desaceleração da alta dos preços".
O Índice FipeZap é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pelo portal ZAP Imóveis. É verificado o preço médio do metro quadrado de apartamentos nas seguintes cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Niterói, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, São Caetano do Sul, Florianópolis, Porto Alegre, Santo André, Salvador, São Bernardo do Campo, Vitória, Curitiba e Vila Velha.